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Bitributação: impactos e perspectivas nas empresas com a reforma tributária

Ao oferecer serviços, vender produtos ou simplesmente ao operar entre municípios distintos, uma empresa pode se deparar com a bitributação, uma situação em que a tributação ocorre duplicadamente.


Isso, por sua vez, eleva a carga fiscal, complicando a administração e a gestão empresarial.


Neste artigo, exploraremos essa complexidade jurídica, analisando suas origens e as implicações para as empresas e o mercado nacional.


Além disso, abordaremos como esse problema pode ser mitigado por meio da padronização fiscal proposta pela reforma tributária.


foto de fundo mostra uma mão segurando uma caneta, ao lado um computador e documentos. Esta foto possui filtro azul escuro e está escrito "Bitributação: impactos e perspectivas nas empresas com a Reforma Tributária"

O que é bitributação e por que ocorre?

A bitributação acontece quando um mesmo fato gerador é tributado mais de uma vez, devido às diferentes jurisdições existentes entre municípios ou estados.


Essa situação surge da autonomia dos entes federativos, municípios e estados na definição de suas regras tributárias, o que pode levar a divergências e sobreposições de competências ilegais.


Impactos da bitributação nas empresas

Na prática, esse cenário complexo e burocrático aumenta os custos operacionais para os gestores, devido à comum dificuldade de correção de tais cobranças irregulares pela via administrativa, obrigando a atuação judicial que, por sua vez, representa problemas próprios, a exemplo da morosidade. 


As dificuldades legais causadas pela incompatibilidade de leis locais que geram a bitributação levam as empresas a gastarem mais tempo para lançar novos produtos, expandir operações ou firmar parcerias estratégicas. 


Essa questão também prejudica processos que demandam tomadas rápidas de decisão por parte da gestão.


Um exemplo é a bitributação do IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana), que pode ocorrer quando determinado imóvel está localizado no limite entre dois ou mais municípios.


Além disso, situações de bitributação envolvendo o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) podem ocorrer quando uma empresa presta serviços para municípios diferentes daquele em que está registrada.


Outro exemplo é a bitributação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação), que ocorre quando estados reivindicam o direito de tributar o ICMS sobre a mesma transação (fato gerador), onerando a empresa duplamente.


Reforma tributária e possíveis mudanças

O Brasil enfrenta um dos sistemas tributários mais complexos do mundo. 


Para abordar esse desafio, o governo propôs uma reforma tributária que visa simplificar o sistema, substituindo tributos como PIS, Cofins, IPI pelo imposto chamado CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e ICMS e ISS por outro chamado IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).


Essa alteração busca modernizar e tornar o sistema tributário mais competitivo.


A reforma tributária foi promulgada pelo congresso nacional no dia 20/12/2023, tornando-se a Emenda Constitucional 132.


A transição fiscal está prevista para ocorrer entre 2026 e 2032, com a vigência integral do novo sistema e a extinção dos tributos e da legislação anterior até 2033.


Dados e estatísticas atuais

Em 2021, PIS, COFINS e IPI representaram quase 38% do recolhimento de impostos da União. Em 2022, a carga tributária no Brasil atingiu 33,71% do PIB, segundo estimativas do Tesouro Nacional.


Essa representatividade elevada evidencia um mercado com custos elevados para as empresas, desencorajando novos empreendimentos. 


Conforme estudo da UFMG, a reforma tributária pode resultar em um crescimento adicional de 12% no PIB do país em 15 anos.


Dessa forma, é crucial que gestores e empreendedores estejam atentos às mudanças propostas pela reforma tributária, especialmente em relação à unificação, regulamentação e padronização dos impostos. 


A consulta a advogados ou assessorias jurídicas pode proporcionar uma compreensão mais aprofundada dessas questões e evitar problemas fiscais decorrentes da bitributação, reduzindo custos desnecessários.

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